Tudo
começou no vale
quando
nada valia
e
o vale era uma vala
seca
sem
vida
sem
limo
Tudo
começou muito tarde
depois
de muitos vales
depois
de muita seca
Tudo
começou durante a guerra
na
trégua de uma vela acesa
sem
som de clarineta
no
deslize uniforme
de
velas consumidas
no
oásis de uma passarela
no
desfile horizontal de cadáveres.
Tudo
começou nas mãos de um condenado
sorteado
no
medo encostado à parede
quando
já era tarde
na
clemência de um soldado
e
o vale não era mais vale
e
a vala era a verdade do verde
e
a única vela
esperava
o último enterro.
Marlene
Vieira Perez - MPerez - 16/3/75
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