sábado, 15 de agosto de 2015





ÀS CEGAS

pelas calçadas eu nunca soube pra onde 
de olhos abertos ou fechados estava sendo levada
e me achava cavando passagens
caminhos virgens abrindo florindo 
murchando e sangrando nas pedras
desencontrando-me ferida, 
sem saber pra onde ir
chegava sarada curada
num milagre 
tudo sempre no absurdo no acaso
nasci sem ser desejada 
me casei por uma dúvida jamais lúcida
tive filhos como uma virgem Maria abismada
sem participar de nada
amei aquelas crias como se fossem minhas
e por uns anos vivi deslumbrada
estudei sem saber por que e para que batalhei
por onde a vida me levou fui de olhos fechados
à espera de ser alguém sem querer ser nada
muito mas muito mesmo engraçado
talvez às claras serei em uma próxima e última aventura
com seriedade planejada..






















                                                                             MPerez - 15/08/15