Sinto comigo
a dor profunda
da
solidariedade impotente
berro em cada
verso
agarro
desesperada uma palavra
de apoio
saturada foge
rogo uma
praga
mergulho
fundo, pulverizado
- e na trilha
meu traço de sangue
corrige o
brilho do strass
e conserva o
ritmo grave agudo
em alta
fidelidade
um ruído (a
estourar os tímpanos?)
da chuva no
telhado de plástico
da goteira na
cozinha anêmica
do pingo de
leite na mamadeira
da gota
poluída na boca desdentada
do dedo de
pinga na goela da vítima
A cirrose
escarra a estrofe
num eco
previdencial
os coágulos
se alinham poéticos
na fila da
providência...
Marlene
Vieira Perez - MPerez
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