Tédio
(À uma professora de PSICOLOGIA!?)
Jazz
primitivo
instrumento
nasal
aquilino à la árabe
cabelos
desgrenhados
à la marcela
galega
ralos
uriçados
olhos de
ratazana míopes
a espiar por
dois antolhos
dentes de
coelho sem charme
lábios
insípidos magros
queixo
articulado num papo
mole
antipático
Jazz
primitivo incansável
agulha velha
em disco arranhado
monotonia
harmônica
sem altos nem
baixos
mãozinhas de
macaca branca
de veias
saltadas e unhas de gata
machucadas
traindo
madrugada de cio frustrado
Garganta de
angolista
flácida
provoca o
selvagem
estimula o
sádico
arma os dedos
do tarado
para uma
pressãozinha delicada
sonho mudo de
silêncio
contra o
barulho exasperante
violentando o
fundo das horas preciosas
Roupa de
couro
esconde corpo
murcho ossudo
pelos tímidos
espaço
azulado retorcido
jamais
explorado...(virgem?)
Pernas
invisíveis
dois cambitos
de Serafina
possíveis
joanetes brigam
cavam túneis
nas botinas
para arejar o
provolone
ardido
prolongado
em cinco
mandioquinhas
quase
degoladas
pelo coça
frenético desesperado
Imagina a imagem
o aluno
e rabisca num cochilo
a aula de psicologia
Marlene Vieira Perez - MPerez - SP
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