terça-feira, 25 de março de 2014

Uma vírgula!?


Hoje madrugada
Estalando de ontem
A cabeça pesada
Armadilha de teias
Negras
Olheiras
Aranhas
Arranham vermelhas
Pintam
Tecem
Dançam
Esgotam um cinco feminino

Há um espelho bisotê
Importado e virtual
Em todas as saídas desta década
Conjetura a boneca de cerâmica
Oca? A estopa arde, queima, pensa...
-       Quem é? – Uma mulher direita
-       cheia de vírgulas
-       coordenada à vida
-       dos pulsos em latejos
-       Cinco soltos, cinco presos
O cinco sinistro
suga o pai
nojo ávido
morde os lábios
respingos masculinos
novo estilo misto: ponto e vírgula
elimina as fêmeas
coagula num signo venoso
cinco machos
boceja esterilidade de finados
cinco negro? Reage. Dispensa os pontos
Feminina requebra-se toda rica
liberando as vírgulas da sua vida
pobre em parágrafos
não se entrega fácil
balança as curvas. Sapateia.
Olha para o espelho
Quem sou eu agora?
- Uma covarde ridícula e egoísta:- Uma vírgula?!!


Marlene Vieira Perez - MPerez - SP década de 70

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