sexta-feira, 19 de julho de 2013

Último Eco

Último Eco 

Um nada de vida
um corpo esfolado sem abrigo
repugnante
retendo pelos soltos

Uma superfície lisa de estrias
escorregando dois mapas
num esboço de caspa
em farpas gomadas

Um gotejar sebáceo
dos furúnculos-mares

Uma busca eterna de tecido
para o uniforme frio da guerra   





Um caminhar em zig-zag
altos e baixos sem sapatos
reconstituição no vale
novo fôlego
um gole
vestido novo de voile
sensibilidade

Rompimento rápido na subida: frangalhos
película de fígado jogada aos gatos
poros abertos cobertos de bolhas
que vertem nojo

Nova descida
um recomeçar
um novo dia
carne ressequida
odor de almoço sem prato

O último níquel investido no alfaiate:
mortalha errada.

Nova subida nua
chegada profunda
último berro
última tentativa
último Ecooooooooooooooooooooooooooo   

Marlene- MPerez – SP - 1998-  Designer: H.Fontes

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