sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Ode à Língua Portuguesa


Ode à Língua Portuguesa
( Num papo metalinguístico )


I         
Com esta língua que todo mundo critica, vou agora te eleger minha musa no sobrecomum. Qual delas? Falada, escrita...?
Qual delas é a minha?
Por que a temem? Qual será o instrumento? O físico ou o convencional...
E a variante?
Da flor do Lácio? Da culta?
Da brasileira? Da gíria? Da lógica dialógica ou dialética?
Simplesmente poeta
que se entrega
sem lógica
desliza 
emociona provoca
entre a plateia e o palco
paralisa
a vida e a arte num bloco
se aliviam
Ah uma mordaça pra esta
lâmina afiada, hem?!
brilha no Sol
na noite é estrela
na chuva vaga-lume
na lua cheia
o vampiro dos infernos
ao som da seresta
ressuscita cemitério
transcende céus
cai no vácuo
se eleva
num átimo se levanta
um clarão sombrio espanta
Odeia e se vinga?
Não, meu amigo, poeta é poeta
lambe as feridas e prossegue
com o melhor remédio:
dança
sua maior vingança
carrega uma orquestra
no papel, na caneta
espirra versos de cabeça
drena o sangue e o espírito
nem sempre transgride
comemora estar vivo
- o mago lhe dita aos ouvidos!??

II
Toda ópera tem
um prólogo
um preâmbulo..., um cenário
um tenor, um bailarino
um epílogo?
todo canto tem um cisne
o luxo do lago
o elixir tinto do seu dia quente
num ameaço de arte
meio sorriso amargo
meio verso
publicado






Marlene Vieira Perez
MPerez



São Paulo, 06/12/00

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